Rascunhos do coração



   
    As vezes acho que o problema fui eu, por outro lado, vejo como fui sensível a ponto 
de me entregar a esse amor, como orvalho em uma folha ao amanhecer. Um sentimento 
incontrolado, uma paixão intensa, aquela dor angustiante no fundo do peito. Não sei
se é amor ou ódio. Talvez seja os dois. Talvez não seja nada, apenas vontade de sentir,
vontade de amar. Até isso passar, marcas, cicatrizes, magoas permanentes duram. 
E essa dor parece não ter fim, eu sei, parece, mas felizmente passa. Passa a ponto de 
você nem se lembrar que isso aconteceu um dia. Mas depois que passa, você sente um 
alivio tão grande, mas tão grande que até quer amar outra vez, desacreditando que a 
vida traz todos os problemas novamente.
    Não tem como fugir, amar as vezes pode até se tornar um pecado. Tornar uma obsessão
 continua, uma insegurança na alma. Uma dor de cabeça sem fim. Não resolverá trancar
 seu coração a sete chaves a cada vez que a vida te abalar, quando for um sentimento forte
 e verdadeiro ele permanecerá e resistirá a todas as coisas, mesmo sorrindo, mesmo chorando. 
    Chove todos os dias dentro de mim ao lembrar dos sorrisos, ao lembrar de suas palavras.
 Essa chuva leva tudo embora por um tempo, mas com um simples vento, trás amor, trás
 lembranças, lembranças tanto boas como terríveis. Lembranças que me corroem aos poucos,
 lembranças que me deixam sem chão. Todas essas lembranças ruins sem querer apagam 
as poucas lembranças boas restantes em minha memoria. E mesmo que eu pareça feliz, dentro
 de mim permanece um enorme vazio.

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